quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sobre amizades verdadeiras, música boa e palavras sinceras

Hoje definitivamente não é um dia comum... Depois de muitos e muitos anos, sai da rádio sabendo que minha ida pra casa, seria sem a tradicional escala diária. O Cristiano, que é sem dúvida uma pessoa que todos vcs deveriam conhecer, é meu amigo desde bem pequeno. Tem uma série de apelidos e pseudônimos: Remendo, Vivi, Paz... Um tremendo porra louca, sempre com mil histórias pra contar, e muitas delas são grandes mentiras. Mas acima de tudo, é o dono de um coração gigante, sempre disposto a fazer tudo que fosse preciso pra ver um de seus amigos sorrindo.
Ele é o cara que topava todas. Se eu chegasse na casa dele às três da manhã e convidasse pra irmos em Itaara, ver se lá está mais frio que aqui, ele diria. “Espera ai que vou só colocar uma roupa”. Quis o destino que ele fosse morar longe daqui, e por isso, a escala na casa, dele é coisa do passado. Sai da rádio sabendo que ele não estaria lá, no lugar onde desde de bem pequenos falávamos sobre futebol, mulheres, computadores, mulheres, acidentes, mulheres, jornalismo, mulheres, e tudo mais que encantasse esses dois amigos.
E foi por saber que ele não estari lá que decidi fazer algo que sempre fazíamos juntos: Comer um xis do Jerri.
Já era tradicional, chegávamos ali e o Jerri perguntava:
- O de sempre?
- Sim, o de sempre!
O de sempre é o xis simples. Antes de morrer, meu pai -que era um tremendo chapista- sempre dizia que sabemos se o cara que faz xis é bom mesmo, quando ele faz bem o xis simples. Com um monte de coisas deliciosas no xis é fácil deixar o lanche saboroso.
Mas no simples é batata, ou o cara é bom, ou não é. E o Jerri é bom.
Quando cheguei ali, ao invés de perguntar se queria o de sempre, o Jerri disse:
- Ué, o Cristiano já foi?
Olhei pra ele e segurando o choro disse que sim, completei dizendo que queria o de sempre, só que dessa vez pra levar. Não queria comer ali, sozinho.
Se fosse fazer isso, deveria ao menos ter convidado o Marcelo, a outra ponta do nosso trio parada dura.
Depois de pronto, peguei o lanche e vim pra casa. Como de costume, reduzi a velocidade na frente da casa do Cristiano, talvez na esperança de ver ele saindo na janela pra gritar “E ai meu!”... Em vão, lembrei que o Renato Russo disse que metir pra si mesmo é sempre a pior mentira.
Cheguei em casa e antes de dar oi pra minha mãe, soltei: “bah! O Cristiano vai fazer falta!”
Sentei na frente do computador e escrevi no twiter, logo vi que uma menina havia retuitado minha frase, no perfil dela estava o link para o blog da irmã... E foi lá que eu soltei o choro que tinha conseguido segurar até então.
Palavras simples e bem escritas, do jeito que são as frases que realmente emocionam. Fiquei encantado pela forma franca que ela escreve, e mais, senti muita verdade em cada uma das linhas escritas no blog.
O mais incrivel e assustador é que ela escreve coisas muito semelhantes as que eu escrevo, parece pensar coisas que são muito semelhantes as que eu matuto aqui na cachola, é virginiana e parece querer mudar mundo...
foram as palavras de uma "guria" que nem conheço, e a saudade de um grande amigo que me fizeram escrever nesse blog depois de muito tempo.
Ah! Esqueci de mencionar que quando sentei em frente ao computador, coloquei o DVD do Pouca Vogal para tocar, e quando li as palavras da Catherina, o Humberto cantava ”deve haver alguma coisa que ainda te emocione...”.
Ai está Alemão, tem sim, a saudade de um grande amigo, as palavras de uma mulher talentosa e a boa música de um cara que sempre falou por mim.



Fabiano Oliveira

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