quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Túnel do tempo*

Fala ai moçada, estou em férias e aproveitando bastante os dias de descanso, mas já com uma baita saudade dos mics da rádio. To aproveitando pra colocar o pé descalço em qualquer pocinha d’água, vestir a camiseta amassada que já nem lembrava que existia, comer xis filé no meio da madrugada, ler o livro que há tempos dava vontade, e se o cara não brincou na terra, e nem jogou bola, dá até pra matar o banho (ATENÇÃO: isso vale apenas para os solteiros), acreditam que até rádio eu ouvi?!

Dá pra fazer compras no meio da tarde de terça, folhar revistas na banca de jornal, bater uma bolinha com amigos músicos, e até acordar depois do meio dia.
Por falar em acordar meio dia, não lembro das vezes que fui dormir antes das quatro da manhã. Eram filmes, vídeo game, papo com amigos de longe, e também com os de bem perto, cito aqui os tocadores de violão, os contadores de piada e os comedores de churrasco.
Mas algumas madrugadas também foram de fones no ouvido pra ouvir aqueles sons que eu já escutei uma porção de vezes, e ainda assim conseguem me arrancar os mesmos sorrisos que batem lá no cantinho da orelha.

Foi numa dessas madrugas, que de forma super despretensiosa, comecei a ver um vídeo aqui, clicar em outro ali, até que juntei quase uma dúzia de abas da minha banda preferida. Nunca escondi minha admiração, respeito, e até certa reverencia pelos Engenheiros do Hawaii. Desde antes de aprender a tocar baixo (juuuuura, não aprendi até hoje) já gostava das letras “diferentes” que alemão loiro, com dente de ouro cantava.
Comecei a ver esses vídeos e pirei, tanta coisa bacana que ajuda a contar a história da banda que muitas vezes foi a voz do garoto que precisava dizer algumas coisas e não sabia sequer por onde começar.

Resolvi colocar alguns aqui, e sequer cogitei seguir uma ordem cronológica, acho que a parada mais legal é ir e voltar, pensar que chegou ao final e perceber que o início está logo ali.

Alguém ai lembra que teve uma época que o Engenheiros cantavam Rádio Pirata, do RPM? Pois então, no planeta de 2001, o Paulo Ricardo, que estava acompanhando a engenharia hawaiana, cantaria essa música ao lado de Humberto, mas acontece que o alemão resolveu mudar os planos antecipando as coisas, e avisou apenas o roadie, dizendo que ele deveria fazer um sinal se o líder do RPM fosse subir ao palco, o sinal vem no último minuto, e era positivo... “senhoras e senhores, palmas para Paulo Ricardo”. Eu era um guri, e ouvi em casa, ao vivo, com a fita K7 gravando tudo.



Tem outro vídeo que foi muito legal rever, em especial por uma relação que surgiu depois, a amizade que construí com a galera da Reação em Cadeia. O Faustão tinha no domingão, um quadro chamado “Abrindo a vaga” era uma parada em que uma banda apresentava outra que estava surgindo, foi ai que a até então novinha Reação em Cadeia tocou bonito em rede nacional.



E que tal a matéria feita por uma fã, presidente de um fã clube dos Engenheiros, o material é tão antigo que bate uma baita nostalgia... Esse é sem dúvida um documento que deve ser visto por quem quer entender como tudo começou.



Outra das minhas atividades nas férias foi a participação na gravação do DVD dos amigos da dupla Sandro & Cícero (calma, eu não cantei, apenas apresentei a banda). Pois bem, falei isso pra dizer que foi neste final de semana que conheci o Rubéns, popular Japa, que por muitos anos foi iluminador do Pouca Vogal, lembro de uma frase dele “o cara é um ser humano sensacional” O vídeo que vem a seguir, é do programa Altas Horas, e mostra um Humberto dono de um humor refinado.



Lembro da minha alegria, quando lá pelos meus 15 anos, a MTV apareceu em rede aberta, e pude começar a ver clipes e programas com as bandas que eu gostava. A TV aqui de casa era uma de 16 polegadas, com ajuste manual e antena gigante que precisava de esponja de aço na ponta, mas não tinha galho, pois ao contrário da antiga, essa era a cores. Foi nela que vi esse documentário legal, que apresenta depoimentos inflamados de fãs de diferentes gerações. É aqui também que consigo ver aquela que na minha opinião, é a formação mais bacana da banda.




Pra quem acompanhou bravamente até aqui, eu guardei um material que tem mais de vinte anos, e que só agora conheci. Um especial da RBS TV, com depoimentos dos músicos, da família e até do mestre Lauro Quadros. O material tem mais de quarenta minutos, então senta na cadeira, puxa o banquinho pra colocar os pés e aproveita, afinal parafraseando o Humberto,”o que não tem fim sempre acaba assim”.




Uma pequena homenagem... simples, mas de coração.

Abraço!

*música do CD Gessinger Licks e Maltz, de 1992.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sobre amizades verdadeiras, música boa e palavras sinceras

Hoje definitivamente não é um dia comum... Depois de muitos e muitos anos, sai da rádio sabendo que minha ida pra casa, seria sem a tradicional escala diária. O Cristiano, que é sem dúvida uma pessoa que todos vcs deveriam conhecer, é meu amigo desde bem pequeno. Tem uma série de apelidos e pseudônimos: Remendo, Vivi, Paz... Um tremendo porra louca, sempre com mil histórias pra contar, e muitas delas são grandes mentiras. Mas acima de tudo, é o dono de um coração gigante, sempre disposto a fazer tudo que fosse preciso pra ver um de seus amigos sorrindo.
Ele é o cara que topava todas. Se eu chegasse na casa dele às três da manhã e convidasse pra irmos em Itaara, ver se lá está mais frio que aqui, ele diria. “Espera ai que vou só colocar uma roupa”. Quis o destino que ele fosse morar longe daqui, e por isso, a escala na casa, dele é coisa do passado. Sai da rádio sabendo que ele não estaria lá, no lugar onde desde de bem pequenos falávamos sobre futebol, mulheres, computadores, mulheres, acidentes, mulheres, jornalismo, mulheres, e tudo mais que encantasse esses dois amigos.
E foi por saber que ele não estari lá que decidi fazer algo que sempre fazíamos juntos: Comer um xis do Jerri.
Já era tradicional, chegávamos ali e o Jerri perguntava:
- O de sempre?
- Sim, o de sempre!
O de sempre é o xis simples. Antes de morrer, meu pai -que era um tremendo chapista- sempre dizia que sabemos se o cara que faz xis é bom mesmo, quando ele faz bem o xis simples. Com um monte de coisas deliciosas no xis é fácil deixar o lanche saboroso.
Mas no simples é batata, ou o cara é bom, ou não é. E o Jerri é bom.
Quando cheguei ali, ao invés de perguntar se queria o de sempre, o Jerri disse:
- Ué, o Cristiano já foi?
Olhei pra ele e segurando o choro disse que sim, completei dizendo que queria o de sempre, só que dessa vez pra levar. Não queria comer ali, sozinho.
Se fosse fazer isso, deveria ao menos ter convidado o Marcelo, a outra ponta do nosso trio parada dura.
Depois de pronto, peguei o lanche e vim pra casa. Como de costume, reduzi a velocidade na frente da casa do Cristiano, talvez na esperança de ver ele saindo na janela pra gritar “E ai meu!”... Em vão, lembrei que o Renato Russo disse que metir pra si mesmo é sempre a pior mentira.
Cheguei em casa e antes de dar oi pra minha mãe, soltei: “bah! O Cristiano vai fazer falta!”
Sentei na frente do computador e escrevi no twiter, logo vi que uma menina havia retuitado minha frase, no perfil dela estava o link para o blog da irmã... E foi lá que eu soltei o choro que tinha conseguido segurar até então.
Palavras simples e bem escritas, do jeito que são as frases que realmente emocionam. Fiquei encantado pela forma franca que ela escreve, e mais, senti muita verdade em cada uma das linhas escritas no blog.
O mais incrivel e assustador é que ela escreve coisas muito semelhantes as que eu escrevo, parece pensar coisas que são muito semelhantes as que eu matuto aqui na cachola, é virginiana e parece querer mudar mundo...
foram as palavras de uma "guria" que nem conheço, e a saudade de um grande amigo que me fizeram escrever nesse blog depois de muito tempo.
Ah! Esqueci de mencionar que quando sentei em frente ao computador, coloquei o DVD do Pouca Vogal para tocar, e quando li as palavras da Catherina, o Humberto cantava ”deve haver alguma coisa que ainda te emocione...”.
Ai está Alemão, tem sim, a saudade de um grande amigo, as palavras de uma mulher talentosa e a boa música de um cara que sempre falou por mim.



Fabiano Oliveira

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Amor que nunca acabará

Começou há mais de vinte anos, lá em 1988, quando eu ainda nem sabia ao certo o que tudo isso significava. Sentado no sofá pequeno da sala de casa, assistia meu pai assistir o jogo. Em campo Inter e Bahia.
O pai não sossegava. Roia unhas e chorava de forma comovente em frente a nossa TV Philco Hitachi, recém comprada, em 24 vezes nas lojas Colombo.
Era um tal de senta e levanta, Gritos em meio a sussurros de compreensão impossível.
No fim do jogo observei com tristeza as lágrimas sorrateiras que rolavam pelo rosto barbudo do Beto, sem sequer pedir licença.
Mesmo sem entender aquilo tudo, fui ao banheiro e busquei uns dois ou quinze metros de papel higiênico. Era minha contribuição para aquele momento em que meu pai parecia criança.
Só depois fui entender que os dois gols que o maldito Bobô fez naquele jogo, eram punhaladas dolorosas para um torcedor apaixonado pelo time que traz no rubro de sua camiseta a paixão de uma nação Inteira.
Por isso lhes digo amigos: Comecei a torcer pelo Internacional numa tarde de domingo, depois de ver o colorado ser derrotado por dois a zero. Poderia um começo de paixão ser mais verdadeiro, intenso e irracional? Não, é claro que não!
Depois de ganhar uma camiseta umbro, número dez, do Caíco, tinha orgulho de lembrar da conquista de um campeonato nacional que vencemos de forma inédita e invicta, mesmo sabendo que tinha sido lá em 79.
Foi um gremista quem criou a frase, mas ela cabe bem no meu sentimento”e aquele sentimento que era passageiro não acaba mais”
Ser colorado é ouvir o Gol do Célio Silva na final da copa do Brasil, e lembrar daquele chumaço de terra saindo do gramado depois de um chute com mais vontade do que técnica. É comemorar o gol do Fabiano numa final de gauchão e depois ver o gordinho dar show num histórico 5 a 2. Ser colorado é sonhar com uma libertadores depois de ser garfiado descaradamente num jogo contra o Corinthians, quando nos ceifaram um campeonato que todos sabem que é nosso.
Torcer pelo colorado é meter 8 num time que um dia disseram ser nossa touca.
Ser colorado é estar na frente da televisão e ver o Sóbis calar o Morumbi inteiro, para na semana seguinte cantar junto e bem alto com o Beira Rio lotado por gritos enlouquecidos imersos num devaneio sem fim. É gritar alto, ficar rouco, tremer e chorar.
Vi meu time chegar num mundial que todos já tinham dado ao temido Barcelona, e vi o colorado sair de lá respeitado pelo mundo inteiro depois de mostrar que só ganha quem vence. Por um instante amei o Gabirú.
Ser colorado é voltar de lá e ter fôlego pra no ano seguinte ganhar uma Recopa contra os mexicanos que sentiram de perto e bem forte como joga o clube do povo do rio Grande do Sul. Ser colorado é ver o franzino Nilmar marcar um gol peliado contra os gigantes argentinos do Estudiantes, e ser o único clube brasileiro a conhecer a taça da copa sul americana.
Mas ser colorado é viver tudo mais de uma vez, é ter o coração posto a prova uma vez mais, vencer outra Libertadores com um gol do pequeno gigante Giuliano.
Ser colorado é estar em mais um mundial, saber que o time joga daqui umas poucas horas e não ter coragem de dormir.
E pensar que tudo isso começou lá atrás, vendo o Beto chorar... Ele não está mais aqui, mas certamente é nele que vou pensar quando o Inter ganhar o mundo outra vez.

sábado, 25 de abril de 2009

Simples, bem simples

Confesso que sou de origem pobre, mas meu coração é nobre, foi assim que Deus me fez...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Se eu pudesse mudar...

Queria consertar tudo que aconteceu, mas na verdade sei que esse erro não foi meu...

Feitiços

Eu fui numa feiticeira, ela disse pra esquecer. Depois jogou as cartas e me disse que eu vou vencer...

sábado, 11 de abril de 2009

Apague a luz

...se o mundo fosse mesmo acabar, eu acho que iam anunciar e até vender pra televisão...